Criptojud: Novo sistema de busca e penhora de criptomoedas e ativos digitais

Em 05 de agosto de 2025, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou o CriptoJud, uma nova ferramenta que promete revolucionar a forma como a Justiça lida com criptoativos.

O sistema permitirá consultar, bloquear, custodiar e liquidar criptomoedas e outros ativos digitais de devedores em processos judiciais.

Como funciona o CriptoJud?

O CriptoJud será implementado de forma gradual nos Tribunais. Ele está integrado à Plataforma do Poder Judiciário (PDPJBr) e segue o modelo do Sisbajud, sistema que já conecta a Justiça ao Banco Central para bloqueio de contas bancárias.

A diferença é que o CriptoJud foi desenvolvido para lidar especificamente com exchanges de criptomoedas.

Isso significa que os magistrados poderão acessar todas as corretoras cadastradas ao mesmo tempo e enviar ordens judiciais de forma rápida e automatizada, ampliando a chance de localizar e bloquear ativos digitais.

As três etapas do sistema

O funcionamento do CriptoJud ocorre em três fases:

Consulta – O juiz verifica se o devedor possui criptomoedas em alguma exchange.

Bloqueio – Identificado o ativo, o sistema permite a transferência para uma conta judicial.

Liquidação – No fim do processo, as criptomoedas bloqueadas podem ser vendidas e convertidas em reais para pagamento da dívida.

Por que o CriptoJud é importante?

O CriptoJud traz mais efetividade na recuperação de créditos, tornando possível localizar bens digitais antes fora do alcance da Justiça.

Além disso, demonstra como o Judiciário está se modernizando diante do crescimento do mercado de criptomoedas.

O objetivo é equilibrar inovação, segurança e controle, garantindo mais proteção para credores e transparência na execução de dívidas.

Vitor Henrique Mainardes – Especialista em Direito Civil e Empresarial pela PUC/PR e advogado no escritório Alceu Machado, Sperb & Bonat Cordeiro Advocacia.

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